Aleitamento materno: confira o guia completo sobre amamentação
Esclareça todas as suas dúvidas em relação ao aleitamento materno e seus benefícios
O aleitamento materno exclusivo é fundamental para garantir a saúde e o desenvolvimento adequado na infância. Isso sem contar que amamentar o recém-nascido ajuda a fortalecer o vínculo do bebê com a mãe.
Por esse motivo, é recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS) que o bebê tome apenas o leite materno até completar, pelo menos, 6 meses de vida. Durante esse período, não há a necessidade de oferecer água, sucos, chás ou outros tipos de leite ao pequeno. Já que apenas o aleitamento da mãe é o suficiente para atender suas necessidades.
Se você deseja conhecer mais sobre os benefícios do aleitamento materno para o bebê e para a mãe, continue a leitura deste artigo especial. Entenda também como amamentar corretamente, identificar quando a criança está com fome e tudo o que precisa saber sobre o assunto.
1. Quais os benefícios da amamentação para o bebê?
O leite materno é um alimento completo para o bebê, fornecendo a ele todos os nutrientes necessários para que tenha um crescimento saudável. Rico em nutrientes e vitaminas importantes, esse alimento ainda contribui para fortalecer o sistema imunológico do recém-nascido, protegendo sua saúde. A seguir, vamos mostrar em mais detalhes os principais benefícios da amamentação.
Fornece todos os nutrientes essenciais
Como comentamos, o leite materno oferece todos os nutrientes e vitaminas que o bebê precisa para crescer forte e saudável. Assim, o aleitamento materno é capaz de fornecer a quantidade adequada de carboidratos, proteínas, gorduras e água que o pequeno precisa.
Fortalece o sistema imunológico
O sistema imunológico do bebê recebe a proteção dos anticorpos que são produzidos pelo corpo da mãe, passando-os para o leite. Ao ser amamentado, essa defesa natural é transferida para o recém-nascido, que fica protegido de doenças graves, mas que são comuns no início da vida.
O leite materno ainda previne contra gripes, asma, pneumonia e outros tipos de problemas. Além disso, quando o bebê é amamentado com exclusividade até completar 6 meses de vida, há uma redução nas chances de desenvolver algum tipo de alergia alimentar.
Favorece a digestão
Ao contrário das fórmulas infantis, que deixam a digestão mais lenta, o aleitamento materno facilita a digestão do bebê. Como o intestino do pequeno consegue digerir melhor o leite produzido pela mãe, os nutrientes são absorvidos com mais facilidade, garantindo um maior aproveitamento do alimento pelo organismo.
Evita cólicas e diarreia
Outro benefício do leite materno é que o bebê fica mais protegido das cólicas intestinais e gases. Afinal, além de ter uma digestão mais fácil, o recém-nascido fica resguardado por substâncias que ajudam a reparar seu intestino frágil e imaturo.
Esse alimento ainda auxilia a regular o trânsito intestinal e evita diarreias. Isso acontece porque o leite da mãe contém bactérias do bem, que são fundamentais para criar uma proteção no intestino do bebê.
Previne anemia e doenças futuras
O leite oferece a quantidade ideal de ferro, ácido fólico e vitamina B12, componentes essenciais para a prevenção da anemia. Além disso, o aleitamento durante a infância ajuda a diminuir as chances de problemas cardíacos, hipertensão, diabetes e outros relacionados à obesidade no decorrer da vida.
Reduz o risco de morte
Como vimos até agora, o leite materno protege o bebê de uma série de problemas de saúde e oferece a nutrição necessária para seu desenvolvimento. Isso faz com que eles fiquem menos doentes do que os que recebem fórmulas infantis.
Além disso, o risco de morte entre crianças que foram amamentadas até os 6 meses com exclusividade é menor do que aquelas que não amamentaram ou receberam aleitamento parcial.
Estreita os laços com a mãe
Mais um benefício do aleitamento materno que não pode ficar de fora é o laço que esse ato de amor cria entre a mãe e bebê. Afinal, essa é a primeira relação afetiva que o bebê tem ao nascer, sentindo o calor, cheiro e batimentos cardíacos da mãe, fazendo com que ele se sinta acolhido e protegido.
Além disso, durante a mamada, a mãe produz uma quantidade elevada de ocitocina, que também é conhecida como o “hormônio do amor”. Esse hormônio é responsável por reforçar o comportamento maternal, levando a mãe ao desejo de ter mais contato físico e visual com o bebê.
2. Quais os benefícios da amamentação para a mãe?
Além dos benefícios para o bebê, a amamentação também traz vantagens para a mãe. Continue com a leitura deste tópico e descubra as maravilhas que o aleitamento oferece para a saúde da mulher.
Aumenta a produção de leite
Quanto maior a frequência da amamentação, mais leite é produzido pelo organismo da mulher. Isso acontece devido à liberação de hormônios que são responsáveis por repor o leite nas mamas quando elas são esvaziadas. Por esse motivo, o indicado é dar de mamar sempre que o bebê estiver com fome.
Protege contra a perda de sangue
Quando o bebê passa a mamar várias vezes após o nascimento, isso faz com que o útero comece a se contrair e retrair mais rápido. Essas contrações são responsáveis pela expulsão da placenta e também contribuem para evitar a perda excessiva de sangue da mulher e, consequentemente, a anemia.
Ajuda a dormir melhor
O aleitamento materno faz com que o corpo libere hormônios do bem-estar que contribuem para que a mãe durma mais rápido. Isso sem falar que, como o alimento está sempre pronto para ser oferecido ao bebê, não há a necessidade de gastar tempo preparando a mamadeira.
Protege contra a depressão pós-parto
Como já comentamos, amamentar faz com que os níveis de ocitocina aumentem. Esse “hormônio do amor” faz diminuir a pressão arterial e o estresse da mãe.
Assim, pode-se dizer que ele atua como um antidepressivo, já que ajuda a reduzir os sintomas de ansiedade e depressão.
Reduz o risco de doenças
Quanto mais cedo e quanto mais a mãe amamentar, maiores serão os benefícios para a sua saúde. Afinal, o aleitamento contribui para reduzir o risco de câncer de mama, ovários e útero. Além de doenças cardíacas e diabetes tipo 2.
Ajuda a perder peso
Amamentar faz com que a mulher perca uma média de 500 calorias diárias, o equivalente a cerca de uma hora pedalando, por exemplo. Como consequência, isso ajuda a reduzir os quilos adquiridos durante a gestação. Em geral, a perda de peso pode ser mais bem observada após 6 meses de aleitamento.
Funciona como contraceptivo
Quando o bebê se alimenta exclusivamente do leite materno, faz com que o corpo da mulher atue inibindo a ovulação. Como consequência, a menstruação é suspensa e a gravidez é evitada.
Esse método contraceptivo tem eficácia de 98%, semelhante ao uso de preservativo e pílula. Porém, é importante tomar outros cuidados no caso de a menstruação voltar mesmo com a amamentação exclusiva.
3. Qual é a aparência do leite materno normal?
Uma preocupação comum, especialmente para as mães de primeira viagem, é em relação ao aspecto do leite. Isso porque pode acontecer de ele mudar de cor e consistência durante a mamada, o que é considerado normal.
Na mamada do recém-nascido durante a primeira hora após o parto, por exemplo, o leite é mais grosso e apresenta uma tonalidade amarelada. Chamado de colostro, esse alimento produzido pelo corpo da mãe é fundamental para proteger o bebê de infecções, além de ser altamente nutritivo.
No início das próximas mamadas, o leite pode ter uma coloração parecida com o leite de coco, isso porque é rico em anticorpos. Já no meio do aleitamento, a cor pode mudar para uma tonalidade mais opaca por conta da quantidade elevada de proteína. O leite no final da mamada contém mais calorias e gordura, sendo ideal para saciar a criança. Nesse momento, a cor muda para um tom mais amarelado.
Vale ressaltar que a cor do leite pode sofrer variações de acordo com a alimentação da mulher. A ingestão de vegetais verdes ou alaranjados, por exemplo, podem levar à concentração de pigmentos, deixando a coloração do leite amarelada ou esverdeada.
Corantes presentes em sucos, refrigerantes e outros alimentos também podem causar alterações na cor. Sendo assim, geralmente não há com o que se preocupar em relação à mudança de coloração do leite, desde que o bebê esteja se alimentando normalmente.
O leite também pode ter uma aparência rosada, sendo muitas vezes causado pelo sangramento de uma rachadura no bico do peito. Lembrando sempre que, no caso de dúvidas, o indicado é consultar um profissional da saúde.
4. Como amamentar corretamente?
Agora que já aprendemos sobre a importância do aleitamento e as características do leite materno, é importante que você saiba como amamentar o bebê de maneira correta:
- Em primeiro lugar, é fundamental estar em um ambiente tranquilo e adotar uma postura confortável. Para evitar dores nas costas e no pescoço, mantenha as costas retas, os braços apoiados e uma banqueta para os pés;
- Posicione o bebê em frente ao peito, usando uma almofada sob os braços caso ache necessário;
- Leve a boca do bebê à mama de modo que ele abocanhe toda a auréola. Alguns tipos de bico da mulher podem dificultar um pouco a pega, por isso, verifique se o bebê está conseguindo sugar corretamente o leite;
- Se o bebê tiver dificuldade em fazer a pega corretamente, a dica é umedecer o bico e a aréola com um pouquinho de leite. Em seguida, ofereça a mama e puxe o queixinho do bebê com cuidado quando ele for abocanhar;
- Para saber se o bebê está conseguindo mamar de forma correta, observe se a boca dele está bem aberta e abocanhando toda a aréola, não apenas o bico do seio. Também é possível ouvir o barulho do leite sendo engolido e o bebê vai aparentar estar tranquilo;
- Para retirar o bebê do peito, posicione o dedo mindinho no canto da boca enquanto ainda estiver mamando. Assim, ele vai soltar o mamilo sem o risco de machucar o bico;
- Após terminar de mamar, coloque o bebê para arrotar, o que vai fazer com que ele elimine o ar que engoliu e evite golfadas ou que ele engasgue. Para isso, encoste-o no seu ombro na posição vertical e dê algumas palmadinhas leves nas costas. Uma pequena quantidade de leite pode sair quando o bebê arrota, por isso é bom proteger sua roupa com uma fralda de pano.
5. Como saber se o bebê está com fome?
Outra dúvida frequente entre as mães é sobre como identificar se o bebê está sentindo fome. Ao observar em alguns detalhes, será possível entender quando é preciso dar de mamar ao pequeno. Para isso, fique atenta aos seguintes sinais do bebê:
- demonstra inquietação;
- suga os dedos e fica com a mãozinha na boca;
- fica procurando o mamilo;
- quer abocanhar todo objeto que se aproxima da boca;
- abre a boca e vira o rosto de um lado para o outro;
- chora alto e forte (último sinal).
Além dos gestos que indicam que o bebê está querendo mamar, também é importante prestar a atenção se ele está recebendo a quantidade de leite adequada.
Observe se o número de fraldas molhadas ou sujas está menor do que o de costume. O xixi deve ter uma tonalidade de amarelo-claro e as fezes costumam ter um tom mostarda. Caso contrário, significa que o bebê não está mamando o suficiente e o pediatra deve ser informado o quanto antes.
6. Com qual frequência devo amamentar?
É importante ressaltar que alguns bebês não demonstram sinais de que estão com fome. Por esse motivo, o melhor a fazer é levá-lo ao peito mesmo quando ele não dê sinais, evitando passar mais de 4 horas entre as mamadas. O mais indicado é que a amamentação seja feita em livre demanda, ou seja, sempre que o bebê desejar.
No caso do recém-nascido, ele ainda não tem muita habilidade para sugar o volume ideal de leite e seu estômago é capaz de comportar uma pequena quantidade. Por esse motivo, ele deve se alimentar a cada 1h30min ou 2h no decorrer do dia. Fazendo, assim, com que ele mame entre 8 a 12 vezes ao dia.
Ao completar um ou dois meses, o estômago começa a crescer e o bebê fica satisfeito por mais tempo. Assim, a frequência começa a diminuir, indo para cerca de 7 a 9 vezes por dia.
Durante a noite, o tempo entre as mamadas costuma ser de 3 a 4 horas até completar 6 meses de vida. Nesse período, recomenda-se que ele seja acordado para amamentar. É importante prestar atenção se o bebê está mamando, pois é comum que ele acabe pegando no sono. Quando o bebê começa a consumir outros alimentos após os 6 meses, não há a necessidade de acordá-lo durante a madrugada para mamar.
Em relação ao tempo de duração de cada mamada, isso varia de um bebê para outro. Enquanto alguns mamam apenas alguns poucos minutos, outros levam cerca de 40 minutos. Para identificar quando ele está satisfeito, basta observar que o bebê se separa do peito e fica sonolento, ou, apenas olhando ao redor.
Sobre a decisão de quando parar o aleitamento materno, a OMS recomenda que ele seja mantido até que o bebê complete 2 anos de idade. A partir de então, o pequeno já se alimenta de todo tipo de alimentos para adquirir a quantidade necessária de nutrientes. Sendo assim, cabe à mãe decidir se deixa de amamentar ou espera até que a criança resolva não mamar mais.
7. O que pode e o que não pode na amamentação?
No período de amamentação, é importante que a mulher tenha alguns cuidados para proteger a sua saúde e a do bebê. Pensando nisso, vamos falar neste tópico sobre o que é permitido e o que deve ser evitado durante o aleitamento materno. Entre os hábitos recomendados, podemos citar:
- alimentar-se de maneira adequada (incluindo legumes, verduras, frutas, arroz e feijão à dieta) é fundamental para suprir as necessidades de vitaminas e nutrientes da mãe, resultando em um leite de maior qualidade para o bebê;
- praticar exercícios leves após um mês do parto é permitido, já que isso não altera a produção do leite e não prejudica a saúde da mãe;
- usar pomadas à base de lanolina, recomendadas pelo seu médico, ajuda a tratar rachaduras no bico do peito;
- pintar os cabelos com tinturas sem chumbo na composição, de preferência produtos naturais como henna ou xampus tonalizantes.
Agora que já mostramos algumas atitudes que são permitidas durante a amamentação, veja a seguir o que é recomendado evitar durante essa fase:
- alimentos condimentados que podem interferir no sabor do leite;
- beber café, chá-preto e chá-mate não é indicado devido à presença de cafeína, o que pode causar irritabilidade no bebê;
- usar roupas desconfortáveis e que apertam os seios;
- ingerir bebidas alcoólicas faz com que o álcool possa afetar o sistema renal do bebê;
- dietas restritivas não são recomendadas porque a amamentação requer uma alimentação balanceada;
- fumar faz com que as substâncias presentes no tabaco passem para o bebê;
- tomar medicamentos sem a orientação de um médico não é permitido, pois eles são secretados no leite e podem afetar o desenvolvimento da criança.
Caso a mãe que amamenta precise tomar algum medicamento, ela pode oferecer ao bebê o seu próprio leite previamente congelado. Outra alternativa é recorrer ao banco de leite humano e, em último caso, oferecer fórmulas desenvolvidas especialmente para bebês.
8. Quando e como armazenar o leite materno?
Fazer a ordenha do leite materno é indicado quando, por algum motivo, a mulher não pode dar de mamar ao bebê, como na volta ao trabalho. Nesse caso, o leite deve ser armazenado pelo menos um mês antes de a mãe voltar a trabalhar. Dessa forma, a criança tem acesso ao alimento sempre que estiver com fome e o organismo da mulher vai produzir mais leite do que o bebê costumava mamar.
A retirada do leite deve ser realizada entre 3 a 5 minutos em cada mama de forma alternada até completar 20 a 30 minutos em cada seio. O indicado é que a ordenha seja feita logo após dar de mamar ao bebê. A mãe também pode ordenhar de um lado enquanto o bebê está amamentando no outro peito ou quando o intervalo entre as mamadas for maior que o habitual.
O armazenamento do leite deve ser feito em um recipiente de vidro esterilizado e com tampa de plástico. Também existem recipientes próprios para essa finalidade que podem ser adquiridos nas farmácias.
Após a retirada do leite, é importante colocar no recipiente a data e horário em que a ordenha foi feita. Assim será possível identificar se o leite está bom para ser oferecido ao bebê. Lembrando que o tempo de duração do leite é:
- Até 15 dias congelado;
- Até 12 horas na geladeira;
- Após aquecido, o leite materno só pode ser oferecido dentro do período de uma hora;
- Após aquecido o leite materno não pode ser armazenado na geladeira novamente.
O indicado é colocar o recipiente na porta da geladeira para evitar que a qualidade do leite seja afetada por alterações bruscas de temperatura. Caso esteja congelado, o frasco deve ser retirado algumas horas antes de ser usado e descongelar na geladeira ou em temperatura ambiente.
Para aquecer, coloque o frasco dentro de uma panela com água morna. Evite usar o micro-ondas para esquentar o leite, pois isso pode causar queimaduras na boca do bebê por conta do seu aquecimento não uniforme.
Se o recipiente contém mais leite do que o bebê vai tomar, é preciso aquecer apenas a quantidade que será consumida. O restante pode ser guardado na geladeira por até 24 horas e, caso não seja usado dentro desse tempo, deve ser descartado.
Como você pôde entender neste artigo, o aleitamento materno é fundamental para o desenvolvimento do bebê e supre todas suas necessidades até os 6 meses de vida. Além disso, o ato de amamentar traz uma série de vantagens também para a mãe. Por isso, busque sempre oferecer esse importante alimento ao bebê e, em caso de qualquer dificuldade, peça a orientação de um profissional da saúde.
Esperamos que todas as suas dúvidas tenham sido esclarecidas com a leitura deste nosso conteúdo especial. Não esqueça de deixar o seu comentário!